24 agosto, 2009

Arte Bizantina: século VI ao XIV






O Império Bizantino, 1265 (Fonte: The Historical Atlas, William R. Shepherd, 1911).








Imperador Justiniano e seu séquito, mosaico, Ireja de San Vitale, Ravena, Itália









Imperatriz Teodora, San Vitale, Ravena, Itália



O estilo bizantino é associado à corte de Constantinopla. Durante o reinado de Justiniano (527-565), Constantinopla não só reafirmou o seu domínio político no Ocidente como tornou-se a incontestável capital artística.
O próprio Justiniano foi um protetor das artes como nenhum outro desde Constantino.
As obras que patrocinou ou promoveu possuem uma grandeza imperial que justifica plenamente a admiração dos que chamaram a sua época de uma Idade de Ouro.
Possuem também, uma coerência de estilo que as liga mais fortemente ao futuro desenvolvimento da arte dos séculos precedentes.

Primeira Idade de Ouro Bizantina


O mais rico conjunto de monumentos da primeira Idade de Ouro não se encontra em Constantinopla (onde a maior parte foi destruída), mas na Itália em Ravena. Sob Justiniano, Ravena era a praça-forte de Bizâncio na Itália.
A concepção de basílicas, igrejas de planta centrada e cúpula, iria dominar o mundo cristão ortodoxo, a partir de Justiniano, tanto quanto dominou a arquitetura do Ocidente Medieval.
Painéis executados no interior da igreja mostram figuras extraordinariamente altas e delgadas, de pés pequenos, rostos ovais dominados pelos olhos imensos e fixos, gestos cerimoniais e vestes suntuosas.
O monumento do reinado de Justiniano ainda subsistente em Constantinopla - atualmente Istambul, capital da Turquia - e mais importante é a Igreja de Santa Sofia (Hagia Sophia, a Igreja da Sagrada Sabedoria), obra-prima arquitetural da época e um dos maiores triunfos da criatividade humana em qualquer tempo.
Depois da conquista turca, em 1453, a Igreja de Santa Sofia foi transformada em mesquita. Os mosaicos foram praticamente tapados por uma espessa camada de cal e só no nosso tempo procedeu-se à sua limpeza quando a igreja passou a museu.



Basílica de São Marcos, Veneza, Itália


A maior e mais suntuosa igreja da segunda Idade de Ouro Bizantina é a de São Marcos em Veneza, iniciada em 1063. Os venezianos estiveram longo tempo sob soberania bizantina e conservaram-se dependentes do Oriente no campo artístico até muito depois de se tornarem uma potência política e comercial soberana.

Apresenta a planta de cruz grega (de braços iguais inserida num quadrilátero e cada braço da cruz está realçado por uma cúpula própria).





São Salvador de Chora, Istambul, Turquia

Devido ao empobrecimento do Império, a pintura mural tomou muitas vezes o lugar dos mosaicos como na capela funerária contígua a Kariye Camii - a antiga igreja do Salvador de Chora, em Istambul. A descida de Cristo ao limbo envolvido por uma auréola luminosa, o Salvador vence Satanás, amarrado aos seus pés, derrubou as portas do inferno e puxa Adão e Eva para fora do reino dos mortos.
Há uma força dramática. Cristo move-se com extraordinária energia física. Demonstra que a arte bizantina ainda conservava a sua capacidade criadora oito séculos depois de Justiniano.
Referências Bibliográficas
JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São Paulo: Mestre Jou, 1972.

7 comentários:

  1. Na arte bizantina, a arquitetura das igrejas recebeu maior atenção, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados.
    A Igreja de Santa Sofia,foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. A verdadeira beleza de Santa Sofia, encontra-se no seu vasto interior, um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula. Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz, um claro-escuro admirável, quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior.
    Toda essa atração da arte bizantina por decoração aliada a prevenção que os cristão tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e consequentemente a escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.

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  2. Em 391, portanto com a oficialização da religião cristã como a religião do Império Romano, surge ao primeiro grande estilo da Idade Média, o chamado estilo Bizantino.
    Ele leva o nome devido á cidade de Bizâncio, capital do Império Romano do Oriente.
    O estilo Bizantino se caracteriza pela
    exuberância, riqueza e suntuosidade dos templos. Como que para se redimir das centenas de cristãos mortos, bem como da própria morte de Cristo, os romanos passaram a construir igrejas extremamente sofisticadas, gigantescas e adornadas com finíssimos mosaicos, muitos deles feitos com ouro.

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  3. Convém lembrar que o cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era. Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já conhecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte Cristã - Arte Bizantina.
    Graças a sua localização (Constantinopla) a arte bizantina sofreu influência de Roma, Grécia e do Oriente. a união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor.
    A arte bizantina está dirigida pela religião; cabia, além das suas funções, organizar também as arte, tornando os artistas meros executores. o regime era teocrático e o Imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça.
    O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo,dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técinicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são bem ingnorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro.

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  4. Enquanto os sasánidas dominavam a Ásia Menor, no Mediterrâneo oriental formava-se o Império bizantino, último resquício do esplendor romano que foi divido por Teodósio o Grande entre seus filhos Honório e Arcádio, e cujo setor ocidental extingui-se com a queda de Roma em poder dos povos bárbaros (século V).
    A capital do Impéri do Oriente era a cidade de Constantinopla, que teve que combater contra eslávos, ávaros e persas.
    A arte, naquela época, desenvolveu-se três períodos: o de Justiniano, até a chamada guerra das imagens; o período dos imperadores macedônios e dos Comnenos, e o chamado renacimento paleológico. Ao primeiro chama-se genericamente de bizantino, e deuterobizantino aos outros dois.
    No período bizantino formaran-se três componentes. Primeiro, a arte romana clássica, sua arte ideal.O segundo segundo componente era o orientalismo e por fim, a arte bárbara, trazidas pelos povos de ao redor de suas fronteiras que chegaram ao Mediterrâneo pelos Balcans.
    A decoração de mosaico, típica do estilo bizantino, encontra-se em Ravena, em São Vital e Santo Apolinário o Novo, onde uma fileira de santos move-se pelos muros do templo em uma brilhante procissão de personagens.
    Além dos trabalhos em mosaicos os artistas bizantinos criaram os ícones (palavra de origem grega, que tem como significado "imagem"), uma nova forma de expressão artística na pintura. Como trabalho artístico os ícones são quadros que representam figuras sagradas como Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos e mártires. Em geral são bastante luxuosos, conforme o gosto oriental pela ornamentação suntuosa.
    Geralmente, os ícones eram venerados nas igrejas, mas não era raro encontrá-los nos oratóris familiares, pois popularizaram-se entre os gregos, balcânicos, eslávos e asiáticos, mantendo-se por muito tempo como expressão artística e religiosa.

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  5. A Arte Bizantina se deu após o movimento da invasão dos povos bárbaros ao longo do Império romano, o imperador Constantino I transfere a capital do império para Bizâncio, antiga cidade grega renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local se reúne, toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.
    O movimento vive o seu apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano I ao qual se sucede um período de crise denominado Iconoclasta e que consiste na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito político entre os imperadores e o clero. E permanecendo ainda nas regiões onde floresce a ortodoxia grega, estendendo-se à segunda metade do século XV e grande parte do século XVI. Este movimento chega mesmo a atravessar os limites territoriais do império bizantino, incluindo, por exemplo, os países eslavos.
    A localização de Constantinopla permite à arte bizantina a absorção de influências vindas de Roma, da Grécia e do Oriente e a interligação de alguns destes diversos elementos culturais num momento de impulso à formação de um estilo repleto de técnica e cor.
    A arte bizantina está intimamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as artes, e que consequentemente menospreza o papel dos artistas.
    A Pintura por sua vez, no século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que datam das perseguições aos cristãos nos séculos III e IV. São os primeiros exemplos de pintura no Período Bizantino.
    No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitiva evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Os ícones também marcaram esta primeira etapa da arte bizantina.
    Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão iconoclasta, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.
    O mosaico é a maior expressão da arte bizantina e não se assemelham aos mosaicos romanos, são feitos de diferentes formas e seguindo seus costumes que regem os afrescos. O dourado é muito usado, praticamente em abundância, pois a matéria prima existente na época é o ouro, o bem mais precioso.
    A arquitetura teve um lugar de destaque, operando-se nela as importantes inovações. Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, mas também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais.
    A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.
    A Catedral de Santa Sofia é um dos grandes triunfos da técnica bizantina, ela apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.
    Na escultura, não se vê o gosto pela decoração, pois aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.

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  6. A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores. O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus.
    Iuri Minfroy

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  7. O Império Bizantino, sucedeu o Império Romano, como o império e reinado dominante do Mar Mediterrâneo, possuindo diversas áreas naquela região e posteriormente chegando a uma gradual regressão territorial que serviu de protagonista da história da Europa Medieval, tendo como fim sua queda, em 1453, para os turcos otomanos, marcando o fim da Idade Média.

    A história desse Império, inicia com a construção de uma nova Capital para Roma, em Bizâncio. Estando assim, mais próxima das rotas comerciais que ligavam o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, e a Europa da Ásia.

    A nova capital era estratégicamente, muito bem localizada e isso pode-se comprovar ao longo da história, com as diversas tentativas de invasões pelas quais o império passou. Não bastasse isso, ao longo da história, o Império Bizantino foi palco de muitos conflitos de caráter religioso e também político, causando episódios como, perseguições a grupos idealistas, massacres, destruição de obras em massa, dentre outros.

    Dentre esses episódios, talvez até um dos mais lastimáveis, seja o movimento Iconoclasta, doutrina que se opõe ao culto de ícones religiosos e outras obras, fazendo com que em 730 sob os mandos do Imperador Leão III a doutrina causasse milhares de mortes e a dilaceração por mais de um século do lado da Antiga Roma.

    As consequências foram a ruptura final entre a fé católica e a fé ortodoxa, o que reduziu a produção de imagens sagradas, porém não completamente.

    A iconoclastia despertou uma renovação de interesse pela arte secular, de motivos clássicos. Essa volta aos clássicos fez com a arte bizantina representasse, quando possível, figuras mais humanas de Cristo, o que influenciou grandemente a arte posterior.

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