24 agosto, 2009

Arte Pré-Histórica - Paleolítico





A arte do período Pré-Histórico foi marcada por dois aspectos bem distintos, de um lado temos o naturalismo do Paleolítico e do outro, o geometrismo do Neolítico.
De acordo com pesquisas, o naturalismo do Paleolítico era uma arte totalmente ligada à natureza.
O homem do Paleolítico vivia em hordas isoladas, caçando e coletando frutos. Não possuía uma religião formalizada e não acreditava na existência da vida após a morte.
Neste período, tudo gravitava em torno da subsistência, o que leva a crer que a arte não possuía um outro propósito não ser o de conseguir um meio de obtenção de alimento. Dessa forma, desenvolveu-se uma forma de magia muito peculiar.

Os artistas eram os próprios caçadores. Devido isso, desenvolveram uma visão aguçada e profundos conhecimentos da vida animal. Conseguiam, assim, reproduzir com perfeição as formas dos animais, com detalhes e cores que só seriam vistos mais tarde na evolução das artes visuais.
As pinturas, em sua maioria, estão localizadas interior de cavernas, em lugares remotos, escuros e também sobrepostas, deixando uma nítida impressão de que não poderiam possuir um caráter decorativo, assim como não poderiam ser interpretadas como uma forma de expressão, o que leva a acreditar na tese de que eram utilizadas em rituais.
Quando o homem do Paleolítico retratava uma caçada, pintava animais com flechas atravessadas no corpo, acreditando que assim o animal sofreria uma verdadeira dor. As pinturas eram tidas como ser vivo, como um animal que existia realmente e não como uma simples representação.
Ainda assim foram encontradas, junto dessas pinturas, outras representações, como a de mãos nas paredes das cavernas. Esses achados se tornaram um tanto enigmáticos, e os pesquisadores não conseguem estabelecer uma ligação entre eles e as teses desenvolvidas para as pinturas. Seriam assinaturas? Por que essas mãos foram gravadas nas cavernas?
Essas formas de representação naturalísticas perduraram por longos anos, e aos poucos foram sendo transformadas com as próprias culturas humanas.
As formas, que antes possuíam extrema fidelidade com a natureza, passaram a não ser representadas com a mesma fidelidade ao real.
A partir desse momento o homem passa por um período de uma profunda e constante evolução, tanto em sua arte como em seu meio de vida, chegando assim no período Neolítico.


Postado por Vinícius, Mariana e Carla

Arte Pré-Histórica - Paleolítico - Lascaux


Caverna de Lascaux, França. Suas pinturas foram achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês. Nas grutas de Lascaux, há os melhores exemplares da arte pré-histórica do planeta.















Carla Ferreira da Silva, Mariana Castello Costa de Medeiros e Vinícius Boff Flores.

Arte Pré-Histórica - Neolítico



Neste período o homem passou por uma verdadeira mudança em seu modo de vida material e espiritual, saindo daquele seu estado de caçador e coletor de alimentos, dominando a natureza e passando a produzir, através da agricultura e da pecuária.
As hordas, que antes eram isoladas e viviam muitas vezes em constante transição, dão lugar a comunidades organizadas e unidas. A vida das pessoas passou a estar menos atribulada com relação a sobrevivência devido ao desenvolvimento da agricultura.
Com toda a evolução do período Paleolítico para o Neolítico, uma tremenda transformação no modo de vida das pessoas ocorre com a divisão da sociedade em classes, a divisão do trabalho e a diferenciação profissional, a produção primária e a manufatura, o comércio especializado e o artesanato e também o trabalho masculino e feminino.
Aquele pensamento voltado para a sobrevivência, agora passa a ser outro. Há o desenvolvimento da crenças de uma vida após a morte e em uma força maior que governa a vida das pessoas. Essas questões se tornam o foco principal dessa fase, o animismo substitui a magia.
O animismo divide o mundo entre realidade e supra-realidade, o mundo real e o mundo dos espíritos. O homem do Neolítico começou a sentir a necessidade de ídolos, estátuas e diversos outros símbolos de adoração.
A partir do momento que o homem cria consciência que sua sorte é regida pelo bom e mau tempo, da chuva e do sol, do raio e do granizo, das pragas e da fome e mais uma série de fatores, este acredita que haja uma força maior que controle tudo em sua vida. Espécies de demônios e espíritos passam a ser incorporadas às crenças. Assim, começa a criar raízes o que é desconhecido, o misterioso.
A arte desse período procura retratar a realidade como confrontação de dois mundos. As formas que antes no naturalismo do período Paleolítico eram fiés reproduções de animais, agora dão lugar a formas simples e estilizadas de representação.
O homem se preocupa em retratar a realidade como confrontação de dois mundos, deixando de lado qualquer semelhança com o naturalismo e racionalizando suas pinturas.



Neste período, estabelece-se uma distinção entre arte sacra e arte profana. A arte da representação religiosa e a arte da ornamentação secular; de um lado temos retratos de ídolos e arte sepulcral e de outro os da cerâmica secular, com formas decorativas.
Com a separação desses dois estilos artísticos, o trabalho acabou sendo dividido em dois grupos. A arte sepulcral e da escultura de ídolos, assim como a execução de danças rituais passaram para a mão dos homens, enquanto que a arte profana, ligada à decoração, ao fabrico de utensílios e reconhecida como ofício, ficou ao encargo das mulheres.
A forma como a arte do período Neolítico se deu está baseada em seu princípio dualista de encarar a vida, levando em consideração o outro lado da vida, não se detendo tanto na perfeição com que o homem do Paleolítico reproduzia os animais ou quaisquer que fossem as representações.
Essa nova arte supre aquela de experiências e fenômenos diretamente vivenciados pelo homem do Paleolítico e a substitui por uma arte abstrata, abreviada, com signos e símbolos, uma arte envolta por pensamento e interpretação. Derivando de ser a representação de um objeto material para tornar-se a de uma ideia.
Quando falamos da transição do período Paleolítico para o Neolítico, das formas naturalistas para o geometrismo, não podemos encarar isto como uma transição brusca, precisa, de duas fases bem distintas. Essa transição se deu ao longo de anos e foi pouco a pouco sendo realizada à medida que o homem evoluía.
Vale ressaltar que alguns estudiosos relatam que no final do período Paleolítico algumas pinturas já possuíam semelhanças com o estilo geométrico, inclusive encontraram-se neste período as três formas básicas de representação pictórica desenvolvida: a imitativa, a informativa e a decorativa.
É difícil estabelecer uma melhor relação sobre os mais diversos aspectos dessas sociedades do período pré-histórico sem cair em controvérsias ou estar faltando com a verdade.
O que se pode dizer com uma maior certeza é que o naturalismo está ligado a padrões de vida individualistas, anárquicos, a uma certa ausência de tradição, a falta de uma vida estável e a uma concepção extremamente voltada para a vida exterior.
Enquanto que no geometrismo vemos a tendência para a organização, com instituições estáveis e uma concepção de vida amplamente ligada à religião.

Arte Mesopotâmica



Arte Mesopotâmica: 5.800 a.C.
















A antiga Mesopotâmia situava-se na região do Crescente Fértil, entre os rios Tigre e Eufrates.
A arte do Oriente Próximo - onde se localizava a região da Mesopotâmia - é o resultado da criação das culturas que se sucedem naqueles territórios, quando se desenvolve o sedentarismo, que ocorreu com a chamada Revolução Neolítica e trouxe consigo um processo de concentração de poder, gerando o surgimento dos primeiros Estados.
A partir daí, modifica-se a linguagem artística, que se submete aos interesses daqueles que possuem a capacidade de criar e consumir "obras de arte". Assim, as manifestações artísticas - refinados trabalhos de artesanato - convertem-se em objetos de luxo que podem ser consumidos apenas por uma minoria.
O primeiro sítio arqueológico encontrado na bacia mesopotâmica data de, aproximadamente, 5800 a. C., no período de Hasuna. É um povoado em que as casas erguem-se em torno de um pátio central. Em seu interior, as paredes são reforçadas com pilastras. A cerâmica parece inspirar-se na cestaria, pela ornamentação incisa, com formas geométricas contínuas.
Na segunda metade do sexto milênio, a cerâmica de Hasuna dá lugar à de Samarra (5600-5000 a.C.), outro importante sítio arqueológico. A indústria cerâmica adquire uma expansão extraordinária. Seus elegantes vasos são decorados com pintura ocre, vermelha e preta, alternando-se temas geométricos e figurativos.


















Cerâmica de Samarra, 4.900-5000 a.C, área situada atualmente no Iraque.

A cultura de Hasuna é substituída pela de Tell Halaf (5500-4500 a. C.). Suas cerâmicas alcançam uma difusão e uma qualidade até então desconhecidas. Quanto à arquitetura, predomina a casa com estrutura circular, com um corredor de acesso.
A cultura de El Obeid (5000 a. C.) dá início ao período proto-histórico. A arquitetura apresenta inovações neste período. Um fator importante é a inexistência de pedra na Baixa Mesopotâmia, que obriga ao uso de outro materiais de construção, como o adobe (tijolo de barro que não se coze no forno ou fogo, mas se seca ao sol).















Cerâmica cultura El Ubeid, encontrada em Eridu, Iraque, quinto a sexto milênio a. C., acervo do Metropolitan Museum, Nova York.

Em Eridu, encontra-se o santuário mais antigo, um templo constituído de um pequeno recinto quadrado, cujas paredes foram reforçadas por um contraforte interno. O santuário passa por sucessivas remodelações, decorrentes de certa preocupação com o aspecto externo: os contrafortes são transferidos para o exterior e busca-se determinada distribuição das superfícies, formando nichos, mediante a intersecção de contrafortes, agora frequentemente ornamentais. O recinto sagrado vai ganhando maior dimensão e fixando sua estrutura retangular definitiva.
O processo que resulta nos Estados hidráulicos historicamente documentados pode ser dividido em dois períodos: Uruk e Yemdet Nasr.
A cerâmica do tipo Uruk (Warka) tem decoração incisa e vai substituindo a de El Obeid, sem que se chegue a produzir uma ruptura. A continuidade é a tônica dessa época de grandes contribuições. Surgem inventos como o torno de ceramista, a vela, o arado e a roda.
Ao mesmo tempo, aprimora-se a metalurgia, as relações comerciais e outros avanços tecnológicos, como consequência do processo urbano. Esses Estados são administrados nos templos. E, nesse período, surge outra conquista: a escrita (cerca de 3300 a. C.).
Quanto à arquitetura, a habitação continua se articulando ao redor de um pátio central, enquanto os templos seguem a estrutura estabelecida em Eridu.
Nesta primeira fase, destaca-se o Templo de Calcário, em cuja cabeceira abre-se o Pátio das Paredes de Mosaico, servido por um pórtico com oito colunas, dispostas em duas fileiras. Todas as paredes externas eram cobertas por um mosaico colorido, formado de peças cônicas incrustadas nos tijolos de adobe, o que contribuía para embelezar o tosco material de acabamento do edifício. O recinto, dedicado à Deusa Mãe, recebe o nome de Eana.
Dentre as demais manifestações da criação artística, resta destacar o progresso da glíptica (arte de gravar em pedras preciosas).
É no período de Yemdet Nasr que a escultura alcança maior desenvoltura. O domínio da representação do corpo humano manifesta-se extraordinariamente na chamada Dama de Warka (Uruk).

A Dama de Warka, terceiro milênio a. C., Museu do Iraque, Bagdá



O relevo, tanto plano como de volume redondo, é outro fator notável na arte da época. A plástica dos vasos em exagerado alto-relevo está magistralmente representada neste período. Os vasos de calcário talhado, procedentes de Uruk, são seus melhores expoentes. Contudo, a tridimensionalidade em movimento ficou paralisada. Inércia e estatismo serão os traços característicos da escultura mesopotâmica da época histórica.

O TERCEIRO MILÊNIO

SUMÉRIA (2900-2334 a. C.)

A evolução da arte no quarto milênio foi determinada pela formação dos Estados. Já o terceiro milênio caracteriza-se pela progressiva concentração do poder, que culminará na formação dos primeiros impérios. O que mais intensamente se manifesta nas expressões artísticas da época é a consolidação da monarquia teocrática.
O adobe continua sendo o material de construção. Não obstante, é neste período que se molda um novo tipo de tijolo, denominado plano-convexo, o que descreve sua forma pouco funcional.
A consolidação do Estado burocrático poder ser vista ao se analisar os templos da época, pois a simples planta retangular vai-se tornando complexa, para permitir a implantação de espaços destinados aos administradores dos bens do santuário e todo o tipo de servidores.
A arquitetura funerária também é praticada em função da nova situação política. Descobriu-se, em Ur, o cemitério real reservado aos monarcas da primeira dinastia da cidade. Compõe-se de 16 túmulos, cobertos por falsas abóbodas, nas quais estava enterrado, além do personagem principal, seu séquito. O enxoval funerário é fabuloso e dele procedem as melhores peças de ourivesaria e de outras atividades artesanais daquele período.























Dessa época, é o estandarte de Ur (cerca de 2660-2440 a.C), feito de conchas, calcário vermelho, lápis-lazúli, betume, com altura de 21,6 cm e de largura 49, 5cm. Ele foi encontrado em Ur, região situada atualmente no sul do Iraque, em escavações feitas por Leonard Wolley. Atualmente, pertence ao acervo do British Museum.
No que se refere à glíptica, esta tende para um esquematismo geometrizante, em oposição ao barroquismo da glíptica anterior. Essa tendência à abstração é vista também na escultura em pedra e nas figuras de argila. No que diz respeito ao relevo, destacam-se as placas perfuradas, de temática variada, em que o naturalismo começa a dominar a linguagem artística. Este tipo de suporte serve de base para representar os dirigentes das diferentes cidades, e, ao mesmo tempo, divulgar suas façanhas mais gloriosas.
Neste período, também, tem êxito a antropomorfização dos deuses. O antropomorfismo reduz a distância entre os deuses e suas representações na terra, sem que isso acarrete maior facilidade de acesso para o restante dos homens.

ACÁDIA (2334-2193 a. C.)

A cultura sumeriana foi suplantada pela acadiana, que se caracteriza pela unificação de todo o território mesopotâmico sob a liderança de um monarca, o primeiro imperador da história.
Quase nada sabemos da arquitetura desse período, em virtude do desaparecimento de suas cidades principais. Pouco se sabe também da escultura, mas destaca-se a importância dada à figura do rei. Assim, Sargão - fundador da cidade de Agadé - aparece representado em tamanho muito superior ao dos demais personagens figurados em sua estela, conservado no Museu do Louvre, em Paris.
É na Estela de Naramsin (2254-2218 a.C.), abaixo, que o relevo acadiano atinge seu máximo esplendor. À margem da qualidade técnica da obra, sobressai a faculdade de composição, adaptada à forma pontiaguda do suporte, que realça o tema central.






Quanto à escultura de volume redondo, pode-se dizer que a tendência ao naturalismo triunfou plenamente. A obra-mestra desse gênero é a cabeça de bronze de um rei acadiano, presumivelmente Naramsin, com técnica de fundição em molde. Também a glíptica assume tendência ao naturalismo, apesar da temática provir de um mundo onírico, determinado pela angústia, o conflito e a luta.


OS NEO-SUMÉRIOS

A história política faz-se sentir no campo da arquitetura. Constroem-se os primeiros zigurates, as famosas torres escalonadas, em cujo topo é erigido o santuário do deus maior. À margem dos zigurates, constroem-se templos de planta tradicional.

Zigurate de Ur, detalhe da escadaria, atualmente a área pertence ao Iraque


(Fabiane, Graciela e Victória)

Arte Mesopotâmia: Babilônia






Babilônia: Porta de Ishtar

Arte Mesopotâmica: Segundo Milênio

Arquitetura

As construções de templos de plantas inovadoras não se realizam sobre zigurates. Os templos que se conhece melhor são os de Tell Harmal, no reino de Eshnuma, este templo mantém a tradicional planta retangular e herdeiro da tradição sumeriana, é o templo principal, constituído de uma entrada monumental, vestíbulo, pátio, ante-santuário e santuário. E o de Asur foi construído pelo mais destacado representante do antigo reino assírio, Shanshiadad I (1813-1781 a.C.). Nele, pode-se apreciar a continuidade da arquitetura acadiana, desde Tell Brak, por exemplo, com sua concepção central do espaço, reflexo de uma forma de entender e expressar o poder.
A construção mais importante da época é o palácio de Zimrilin, rei de Mari, atualmente localizada na Síria. Este palácio é o melhor exemplo da arquitetura civil da época. O palácio é constituído de um complexo conjunto de dependências, dispostas ao redor de um pátio central. Ali se alojavam o arquivo, uma escola de escribas, os depósitos de víveres, a residência do monarca e as áreas administrativas. Trata-se de um extraordinário exemplo do funcionamento de uma corte mesopotâmica, apesar de sua posição excêntrica, da primeira metade do segundo milênio.




Com a conservação de algumas pinturas murais, cabe destacar a chamada Investidura de Zimrilin. Ao mesmo passo que revelam a dependência da glíptica em relação à pintura, os afrescos de Mari confirmam a posição intermediária que essa cidade, entre a Mesopotâmia e a Costa mediterrânea, ocupa ao adotar formas de expressão tipicamente levantinas, ao mesmo tempo em que serve de foco de irradiação da cultura mesopotâmica para a Síria e o Mediterrâneo Oriental.
Entre Mari (Síria, atualmente) e Ugarit, localiza-se o reino de Yamkhad (Alalakh), cujo monarca é Yarimlim, sogro e protetor de Zimrilin. Seu palácio é de grande originalidade, pois sua posição é horizontal em relação à entrada, com trinta metros de extensão e uma largura de mais de cem. O templo que era constituído de vários pavimentos, liga-se a ala residencial. Todo o conjunto estava decorado com pinturas murais e revela tanto em sua estrutura como em sua forma de construção, influências anatólicas e egéias. A originalidade síria é mantida no palácio de Niqmepa, rei de Alalakh, vassalo de Miteni, em meados do século XV a.C.

Escultura


Pelos estudos feitos, nenhum pesquisador duvida de que a obra-prima do período seja a Estela de Hamurábi (abaixo), em cuja parte superior está representado o próprio rei babilônio diante do deus Shamash, enquanto no inferior está o texto do Código Legal, que fez de Hamurábi um dos mais afamados monarcas mesopotâmicos.





















Ressalta-se também, a preocupação pela representação da tridimensionalidade, que começa a ser resolvida mediante a colocação de perfil de alguns elementos, como as tiaras ou os cornos, como pode ser observado, também nas pinturas murais do palácio de Mari.
A região da Síria ofereceu poucos bronzes, deliciosas peças de artesanato de Ugarit e Alalakh. Trata-se de representações de deuses sedestres, ou guerreiros de ressaibo egípcio, que expressam com nitidez a geografia de suas relações comerciais. Quanto às representações de monarcas, conserva-se o retrato de um príncipe, talvez Yarimlim, de clara influência babilônica e uma estatua sedestre de Idrimi, que tem profundas raízes na própria tradição da Síria.

A SEGUNDA METADE DO SEGUNDO MILÊNIO

O marco em que se desenvolve a arte dessa segunda metade do milênio é exercido pela rivalidade, já não entre pequenas cidades-estados, mas entre as grandes potências imperiais, Egito e Hatti, que requerem o controle do comércio que se realiza entre a Mesopotâmia e o Mediterrâneo e ao longo de todo o corredor sírio-palestino. Toda essa região viverá sob um equilíbrio instável, enquanto na Mesopotâmia as constantes alterações parece haver cessado, pela sólida implantação da dinastia Cassita na Babilônia e o lento processo formativo do império Assírio.

A Babilônia cassita


Os invasores cassitas, que haviam caído sobre a Babilônia após o aniquilamento de Mursil I, conseguem implantar a dinastia mais duradoura de toda a história mesopotâmica.
Os cassitas deram impulso considerável ao conhecimento científico e estimularam a atividade literária. A redução dos investimentos em construçoes de grande porte não torna os cassitas uma dinastia miserável. A longa duração daquela dinastia pode ser, precisamente, sintoma do bem-estar geral alcançado em sua época. Isto não quer dizer que os cassitas houvessem dado as costas à arte, os restos de edifícios e esculturas testemunham o oposto.
O templo de Inana, em Uruk, construído pelo rei Karaindash, tem seu ponto de partida em uma arquitetura com inovações programáticas, como pode ser visto numa espécie de corredor em torno da parte externa do santuário. Sendo assim, o mais admirável neste templo são os frisos decorados com figuras de deuses em alto-relevo sobre os tijolos moldados, que formam a parte externa da parede. Existindo assim, uma plena integração entre a arquitetura e a escultura decorativa. Essa forma de enriquecer as paredes visíveis, construídas com simples tijolos, é uma constante nas construções monumentais mesopotâmicas até a época persa.
Dentre os progressos arquitetônicos, cabe aos cassitas a construção das primeiras cúpulas sobre pendentes e o emprego estritamente estético dos arcos e abóbadas em semicírculo.
Quanto ao relevo, os melhores exemplares são proporcionados pelas estelas. Os cassitas desenvolvem um tipo de Estela, denominado Kudurru, utilizado para delimitar o domínio territorial. A linguagem simbólica dessas notações de propriedade é completamente nova na arte mesopotâmica e representa a mais genuína fonte cassita. Os cassitas assumem a cultura mesopotâmica e viveram na Babilônia durante mais de 400 anos.

O império hitita

Os hititas são um povo indo-europeu instalado na Anatólia pouco depois de 2000 a.C. Após ficarem um longo período organizados de forma tribal, constituíram um Estado, o Antigo Reino Hitita, por volta de 1650 a.C. Esse reino sobreviveu 200 anos, até ficar desaparecido pelo poderoso Império Mitani, perto de 1450 a.C. a recuperação de Hatti deu-se durante o reinado de Subiluliuma I (1380-1336 a.C.), que estendeu os limites do seu império até o interior da Síria. Com esta expansão, gerou-se um grande confronto com o Egito, que só terminou com a batalha de Kadesh, entre Muwatali e Ramsés II e após o tratado de paz, feito entre o próprio faraó e o sucessor de Muwatali, Hatusil III. Cerca de 1200 a.C., o império hitita desapareceu e sua capital, Hattusa, atualmente situada na Turquia, foi arrasada.
O poder hitita se cristaliza num exército forte e bem armado, que garante o cumprimento dos acordos internacionais, mediante os quais o império Hatti conseguiu estabelecer num sistema de reinos-satélites, que não somente contribuem para a sua segurança, como servem de centros abastecedores dos recursos de que a Anatólia necessita. Seu sistema é tão consistente, que não precisam exibir seu poder por meio da arte.

As poderosas muralhas de Hattusa e de outras cidades importantes, nos dão uma idéia aproximada do poder do rei de Hatti, com seu duplo sistema defensivo, suas poternas e os ferozes leões de pedra, que protegem, ameaçadores, as portas de entrada.
A arquitetura religiosa, estrutura-se a partir de um edifício central, ao redor do qual existem espaços abertos, por seu turno delimitado por outras construções, como muros ou armazéns.
O palácio real compõe-se de um amálgama de aposentos e espaços abertos. Com um pátio central, dependências reservadas à produção artesanal e a atividades culturais, armazéns, arquivos e áreas residenciais. O denominador comum de toda a arquitetura hitita é a solidez dos alicerces e o menor cuidado com o aspecto externo das paredes. O trabalho da pedra é muito mais difícil do que o com adobe, é a causa de a aparência desta arquitetura ser diametralmente oposta à da arquitetura mesopotâmica, com efeito, aproxima-se muito mais da de Ugarit e inclusive, da micênica.
As esculturas, distinguem-se entre a de volume redondo e o relevo. A escultura de volume redondo é escassa e não mantém relação com as produções escultóricas precedentes na própria Anatólia.
Quanto ao relevo, sua persistência é extraordinária. Os temas são, quase sempre, sistemáticas representações dos deuses, divindades antropomorfas, realçadas por se acharem pousadas sobre o dorso de leões, simbolizando o domínio sobre a natureza e sobre as crenças primitivas, que consiste em poderes divinos a seres tirados da própria natureza.

O IMPÉRIO MÉDIO-ASSÍRIO


As jazidas arquitetônicas meso-assírias não são abundantes, do que se conserva com nitidez, que não existe diferença entre a arquitetura assíria e a babilônica. Os assírios também foram construtores de zigurates, praticamente idênticos aos dos sumérios, lembrando das escadarias, que não ficam tão destacadas, o que torna o acesso mais difícil. A conjunção de um templo e um zigurate não é nova, mas põe em evidência que os assírios dependiam das criações arquitetônicas do sul mesopotâmico.
A arquitetura palaciana também respeita o passado, até que Adadninari I (1307-1275 a.C.) decide remodelar completamente o antigo palácio de Asur, dando-lhe uma disposição menos compacta e mais voltada para a satisfação de aspirações estéticas.
Da escultura, pode-se dizer pouca coisa, pois os exemplares conservados são escassos. A peça mais notável é o pedestal de Tukultininurta, em que aparece representado o próprio rei.
A arte assíria, nessa mesma época, proporciona outras formas de expressão. Uma novidade é constituída pelo tijolo virado, que alcançará sua fama nas artes neobabilônica e persa. Por outro lado, o palácio de Tukultininurta conservou alguns restos de pintura, nos quais surgem palmeiras, árvores da vida, grifos, etc...
Afirma-se que os traços mais característicos da arte assíria posterior foram tomando forma a partir do século XIII a.C., durante o Império Médio-Assírio.


O levante

A escultura destacou-se em Ugarit, por sua expressividade. Dando como exemplo, a Estela em que Baal aparece representado, conservada no Museu do Louvre, em Paris, ou no sarcófago de Ahiram, de Biblos, famoso por sua inscrição alfabética. Contudo, a maior perícia pode ser observada no entalhe do marfim, onde se conjugam as tendências egéias e egípcias.
Partindo de Ugarit, a técnica se estende para outras cidades, porém os mais hábeis herdeiros da arte ugarítica do marfim serão os próprios fenícios do primeiro milênio.


Deusa de Ugarit. Marfim. 13 cm de altura. Século XIII a.C. Museu do
Louvre, Paris.


Num túmulo do porto de Ugarit, encontrou-se esta tampa de uma caixa, em que aparece representada uma deusa da fecundidade. Um artista local reproduziu uma deusa de estilo Egeu, quanto à saia e à cabeça, portando espigas em ambas as mãos, para cada uma das quais empina-se uma cabra, manifestação de vitalidade. A composição da cena não é egéia, mas Mesopotâmica, expressão fidedigna do caráter sincrético da arte ugarítica.

Arte Mesopotâmica: Primeiro Milênio

A situação mudou muito na Mesopotâmia, em relação ao segundo milênio, devido à invasão dos povos do mar e dos aramaicos. Os persas se converteram em protagonistas da história do Oriente Próximo. Sucederam-se o Império neo-assírio, que transforma as relações internacionais típicas do segundo milênio, e o Império neobabilônico. Daí, o mundo oriental conhece Estados menores, como Urartu, os reinos do norte da Síria (neo-hititas, aramaicos, fenícios, etc.). Sua arte responde por sua própria vivência histórica. Estes reinos ficam submetidos aos caprichos políticos dos grandes, até se integrarem definitivamente ao Império Persa dos Aquemênidas.

Áreas Periféricas

Urartu foi um reino com abundância em riquezas naturais, e os Estados vizinhos cobiçavam particularmente seus cavalos e minerais. Há um texto em que Sargão II comemora sua vitória sobre o reino, do qual consta que foram tiradas de seu templo mais de 300 mil peças valiosas.

A arquitetura religiosa de Urartu se parecia mais com a grega do que com a do Oriente Próximo. Do ponto de vista arqueológico, o tipo de templo de Urartu mais conhecido são as fortalezas, acrópoles -partes mais elevadas das antigas cidades gregas - invencíveis, cujas defesas naturais foram reforçadas pelos construtores do reino, proporcionando uma visão surpreendente.
O mais notável na arte de Urartu são os bronzes. As cabeças de animais dos grandes recipientes são adotadas pela arte grega e etrusca. Sendo assim, existe possibilidade de que os gregos, que estabeleceram colônias na margem do Mar Negro, ou os fenícios, comercializassem as manufaturas esculpidas em metal, madeira ou marfim do reino, para que, deste modo, alcançassem regiões distantes. Outros trabalhos artesanais existiam graças ao mundo assírio, como o armamento.


Estados neo-hititas e aramaicos

Quando surgem os Estados neo-hititas, antigas cidades passam a ser ocupadas pelos invasores aramaicos, que ali estabeleceram dinastias. Os semitas tornam-se donos de muitos territórios, antes neo-hititas. Esses Estados desempenham importantes papéis econômicos, por organizarem escalas obrigatórias nas rotas de caravanas, com a pretensão de alcançar a costa mediterrânea partindo do norte da Mesopotâmia. Por outro lado, o comércio produzia alterações político-militares, pois as grandes potências precisavam controlar as rotas para impedir bloqueios comerciais.
Riqueza e caráter guerreiro são os princípios de suas manifestações artísticas. Por meio de uma muralha dupla, os habitantes são protegidos e as cidades, fortificadas. O centro era a praça pública, representada pelos edifícios importantes. Assim, o templo não era o centro ordenador da cidade, mas o espaço aberto em torno do qual se produz a organização.
Entre os edifícios, destaca-se o palácio, cuja planta copia a de Alalakh, com o eixo principal transversal à entrada, marcado por uma porta monumental, que dá acesso à construção fortificada. Em relação à escultura, havia muita capacidade de assimilação das diferentes correntes vindas dos Estados do Norte da Síria. O estilo das tradições hititas impregna suas produções iniciais. Há, também, influência artística assíria, a presença de artesãos fenícios, notórios especialistas em grandes obras de construção.


Os fenícios

Após as invasões dos povos do mar, que destroem a cidade de Ugarit, as três grandes penínsulas mediterrâneas sofreram períodos orientalizantes. Os fenícios não são criadores de arte, mas converteram-se nos mais importantes prestadores de serviço no Oriente Próximo, a partir da sua estrutura econômica. Frequentemente, seus artesãos e técnicos trabalhavam na construção dos palácios de Estados vizinhos. Os mercadores transportavam produtos de fabricação própria, ou não.

Os fenícios se relacionam com os neo-hititas, assírios e egípcios, e esses participam de forma decisiva da criação das suas formas de expressão artística. Seu espaço para construções era muito pequeno, e isso os tornou famosos construtores na vertical. As muralhas guardavam bairros, o palácio do príncipe local e templos urbanos. E a cidade continha a zona portuária, fundamental economicamente. As artes menores, como marfins e vasos estavam espalhados por todos os lugares que os fenícios frequentavam em suas atividades mercantis - inclusive, na região meridional da Península Ibérica.
Uma das atividades mais apreciadas por seus clientes é o entalhe do marfim. O mais impressionante conjunto de objetos desse tipo é o originário de Nimrud. São objetos de luxo - destinados a mobiliar e enfeitar as casas - caixinhas de jóias, até camas. Os temas utilizados são cenas do dia-a-dia - como vacas amamentando bezerros - e representações míticas, como esfinges ou divindades antropomorfas - que se parecem com o homem. Na Península Ibérica, são conservadas boas representações fenícias em marfim, bronzes, e jarros e braseiros, etc.
A estatueta de Astartéia de Sevilha representa bem o trabalho fenício. Os fenícios são também responsáveis pela chegada dos vestígios da arte neo-hitita, à Península Ibérica. Estes foram usados no monumento de Pozo Moro, um túmulo em forma de torre, pertencente a um importante personagem ibérico.

Arte neo-assíria


A Assíria recuou para dentro de suas fronteiras naturais com as invasões aramaicas. Porém, devido à uma nova etapa expansionista (por causa da necessidade de controlar as rotas que lhes forneciam peças não produzidas ali), é montado um exército, que passa a ser o fundamento do poder assírio e obtém maior atenção e esforço do poder central. Por conseguinte, ele é um tema básico da arte neo-assíria e um fundamento da expressão artística. A arte assíria caracteriza-se como agressiva (mesmo quando a temática não é bélica). Representações de deuses causam tanto temor quanto as de cenas de assalto a cidades. O efeito da propaganda imperial era intencional, e a política de terror deveria tornar submissos os Estados vencidos. Os palácios assírios eram ricamente decorados, e deles procede a escultura assíria. Suas entradas eram protegidas pelas colossais estátuas de Lamassu (gênios bons, encarregados de evitar a entrada de gênios maléficos). O protótipo mais comum é o touro androcéfalo e alado.
As paredes eram decoradas com tapeçarias, afrescos (pinturas), tijolos esmaltados e relevos. Os relevos são registros visuais dos acontecimentos relatados. Para exposição, foi escolhido o relevo plano, em que todos os problemas derivados do sistema de representação são superados. Há emprego da projeção nos dois lados de um eixo; a contorção no corpo humano; a profundidade; etc.
No palácio de Calah, são representados temas religiosos (por Assurnasirpal II), como o gênio alado com barba crespa, de pé entre duas árvores sagradas, o rei no ato da oferenda, etc. Tais representações expressam um poderio inquietante, principalmente em cenas de batalhas e caçadas. As figuras humanas são de grande naturalismo, que contrasta com o universo dos deuses. As cenas são percorridas por uma faixa de escrita cuneiforme.
No reinado de Salmanasar III, destacam-se as Portas de Balawat, relevos em bronze, descrevendo campanhas do rei; o Obelisco Negro, representando a vitória sobre Israel; e o pedestal do trono, representando os acontecimentos mais importantes dos primeiros 13 anos de reinado. O império territorial se consolida e alcança ema época de esplendor em relação ao relevo, com Teglatpileser III. Não há mais textos cuneiformes, e utiliza-se, pela primeira vez, a sucessão de planos, técnica abandonada depois, no reinado de Sargão, que volta às formas antigas de expressão em relevos (em único plano, no qual as figuras estão alinhadas).
Sargão abandona, também, a representação de símbolos de poder e opta pela imagem da realidade do império. Na cena presente na entrada da sala do trono, há uma interminável sequência de personagens que homenageiam o rei. Trata-se de uma ideologia que pretende acabar com a sensação de um Império em construção e projetar a ideia de um Império consolidado. Essa ideologia apenas se converte na forma de expressão de poder no Império Aquemênida.



Relevos de Lamassu do Palácio de Sargão II













O próprio filho de Sargão, Senaqueribe, prefere voltar às cenas bélicas. Na obra de Assurbanipal, a arte do relevo atingiu seu ponto mais alto. Há uma grande habilidade dos artistas em criar todas as possibilidades cênicas proporcionadas por uma caçada. Deve-se mencionar a famosa leoa ferida, símbolo de um conjunto que causa expressão de assombro.

Arte Neobabilônica


Sob os reis neobabilônicos, ocorre o auge do triunfalismo religioso e arquitetônico. A concepção de poder torna-se teocrática, retornando às raízes da ideologia mesopotâmica, algo muito apreciado na arte. A Babilônia era limitada em um retângulo por uma muralha dupla, e era atravessada pelo rio Eufrates. Quem lhe deu seu belo e famoso caráter monumental foi Nabucodonosor. Em sua parte antiga, a leste do rio, estavam os edifícios mais importantes. A comunicação entre as duas margens era assegurada por uma ponte de pedra, que atravessava 112 metros de largura.
Devido ao sentimento teocrático, sabe-se de um total de 53 templos na cidade, nos quais o pátio era rodeado de cômodos. Havia um ante-santuário e um santuário. A cidade era dominada por um zigurate - um templo alto, de estrutura piramidal, construída em degraus sucessivamente retrocedentes, com escadas externas e um cofre no topo -, símbolo do império teocrático. Em seu recinto amuralhado, Babilônia possuía 100 portas de bronze. As casas da cidade tinham de três a quatro andares. No centro de uma das divisões da cidade (dividida pelo Eufrates), há um palácio real dentro de um grande muro. Na outra, o palácio possui um santuário de portas de bronze dedicado ao Belo Zeus. No meio do santuário, havia uma torre maciça, sobre a qual há outra torre, e outra, até chegar à oitava torre, e a subida fica ao lado de fora, em espiral. Sobre a última, há uma capela. Esse templo segue a tradição arquitetônica da Mesopotâmia.
No noroeste da cidade, estavam bairros onde se encontram os palácios, destruídos. Há indícios de que a arquitetura áulico-militar também se encontrava ali. Neste local, estavam os Jardins Suspensos da Babilônia, suportados por abóbadas, que Nabucodonosor mandou construir para sua esposa (filha do rei medo Ciaxares). Os jardins eram destinados a evocar a paisagem do país natal da princesa. As portas da cidade eram dedicadas a diferentes deuses. Eram decoradas com tijolos esmaltados, que não possuíam semelhança direta com os tijolos assírios, apesar da semelhança artística entre as cidades no geral. As concepções dos palácios e os temas são diferentes também. Na Babilônia, não existem retratos de reis ou gênios protetores. Em matéria de escultura, a Babilônia neo-imperial deixou algumas peças de barro, exemplares do estilo assírio, e “sobras” de kudurru - um tipo de pedra - tardios. A cidade foi lentamente devastada com o passar dos séculos. Os restos conservados indicam uma forma artística mais próxima da persa do que da neo-assíria.

As origens da Arte Persa


Na passagem do segundo para o primeiro milênio a.C., os persas e os medos instalaram-se no território do planalto iraniano. Os invasores chegaram já divididos em grupos sociais, o que foi manifestado pela necrópole (cemitério grandioso) de Tepe Sialk, a mais antiga com presença de indo-europeus. Ali, um pequeno grupo possuía peças artísticas valiosas para o "enxoval funerário". Outro, mais numeroso, os possuía em menor quantidade. Há outro grupo que não tem acesso aos mesmos objetos, e supõe-se que se trata de uma população autóctone (primitivos habitantes, sem misturas) dominada. Eles se organizam territorialmente ao redor de acrópoles, que constituem castelos rurais destinados à proteção da produção agrícola dos territórios vizinhos. A mudança étnico-cultural é evidente na arquitetura e na cerâmica. Em alguns lugares, a invasão gerou uma enorme miscigenação com a população autóctone, um fenômeno perceptível pela arqueologia, como na região de Luristão. Localizada na região central de Zagros, Luristão possui tecnologia metalúrgica avançada, cujo destaque são os famosos bronzes. Ainda não se sabe por quais povos os bronzes eram fabricados, ou o destino das peças. Ao período das invasões até a formação do reino dos medos, pertencem tesouros principescos: as tumbas reais de Gilão, ao sudoeste do mar Cáspio; o tesouro de Ziwiye, no Azerbaijão, com belas peças de ouro, decoradas com animais e seres semi-humanos. Estas peças são influenciadas pela arte neo-assíria e urartéria (de Urartu).


A Época de Ciro, Pasárgada


A arte imperial persa tem início com grandes obras monumentais realizadas por Ciro em seu império (Pasárgada), no século VI a.C. Conservou-se pouca coisa do período medo, apenas a arquitetura militar dos castelos, ainda representados nos relevos assírios. Quando Ciro ataca seu avô, Astiages (rei da Média), e sobe ao trono persa, medos e persas se unem, e a época de esplendor da dinastia Aquemênida começa, com sua grande conquista, a unificação de todo o oriente próximo, sob um poder centralizado e bem articulado. O Império Persa Aquemênida pode ser considerado resultado da experiência acumulada pelos neo-assírios e neobabilônicos. Mas, devido ao fato de seu poder ser tão incontestado, a arte aprecia a notável diferença em relação à arte neo-assíria (que era a expressão da propaganda política de um império emergente em formação, que necessitava demonstrar poder de ação, enquanto o Império Persa é perfeitamente configurado, e o poderio já é suficiente demonstração de força e o império era sereno). A tradição nômade e a linguagem artística dos povos vizinhos associam-se à arte aquemênida. A estrutura dos palácios adota distribuição mais parecida com as raízes pastoris do que com os palácios mesopotâmicos. As hipostilas (salas cujo teto é sustentado por colunas) parecem egípcias. A construção em terraços foi inspirada pelos urarteus; e os gregos devem tê-los inspirado tanto na arquitetura quanto na escultura. Pasárgada aparenta um grande acampamento nômade, em que as tendas (agora edifícios) se integram à paisagem (agora um recinto fechado, com jardins e animais livres, conhecido pelos gregos como paraíso). Este parque possuía uma entrada monumental, um pórtico de oito colunas, do tipo assírio, com touros alados e Lamasu como protetores. Destaca-se Apadana, a sala de audiências com formato quadrangular, que dispunha de uma porta em cada lado; no compartimento principal, o teto era sustentado por oito colunas com 12 metros de altura. O palácio residencial tinha planta retangular, e dois grandes pórticos nos lados maiores. No interior, há uma sala hipostila, e outros dois espaços, dos quais um se divide em dois aposentos. No parque, há uma zona sagrada, com dois altares e um terraço de seis patamares (como prescreve a religião, e assim vê-se a ausência de arquitetura sacra no mundo persa). Um importante e singular monumento da arquitetura aquemênida, é o túmulo de Ciro, o Grande. A tumba está erguida sobre um pódio de seis níveis, e possui um telhado de duas águas (superfícies). Apesar de todas as construções, Pasárgada foi apenas um projeto político.


De Persépolis ao fim do Império Aquemênida



Dario I é o restaurador do Império, e o grande construtor ao lado de Ciro. Ele inaugura seu reinado com um relevo monumental nas rochas de Behistun nas Portas da Ásia (passagem de caravanas e exércitos). As Portas unem a Mesopotâmia central ao planalto iraniano. O último monumento do rei Dario I é outro relevo feito em rocha nas proximidades de Pasárgada, em Naqsh-i-Rustam. O monumento é seu próprio túmulo. Na construção da cidade-palácio de Dario, em Persépolis, surge a conjunção da arquitetura com as artes decorativas, que melhor manifestam a imensidão do Império.




Em Persépolis, atualmente localizada no Irã, o espaço é organizado de forma diferente que em Pasárgada. O parque, no qual de dispersavam os edifícios, desaparece. Agora os edifícios estão em torno da Sala de Audiências (Apadana), e da Sala do Trono (Tatchara), que estão no centro do recinto. As laterais abrigam o Harém, o Palácio de Xerxes, o Tesouro, e áreas de acesso ao palácio, como a Escadaria, o Pórtico de Todos os Povos, e os pátios da Apadana e da Tatchara. A arquitetura obedece, assim como em Pasárgada, às tendas nômades. O relevo é ligado à arquitetura persa, e essa decoração cobre todos os espaços. A cena principal é o rei em audiência, e até ela, se estendem grandes paredes, onde é representado sempre o mesmo tema, a guarda real. Antes de chegar ao rei, os visitantes recebem uma imagem palpável dos fundamentos do poder imperial. Além disso, todas as entradas estão protegidas pelos gênios alados, da arte mesopotâmica.
Com a constante repetição dos motivos e reflexo da ausência de renovação do Estado, dá-se a queda do Império Aquemênida.
No fracasso da tentativa de integração do mar Egeu à esfera econômica do Império Persa, surgem as guerras médicas, após as quais os persas devem se conformar com certa tutela política. Do mundo grego, surgirá uma força que alcança essa integração do Mediterrâneo Oriental com o Oriente Próximo.

Alexandre, O Grande, ao vencer Dario III, realizou o destino inconcluso do Império Persa Aquemênida: a criação de um autêntico Império Universal.
(Fabiane Stoffel, Graciela Mayer e Victória Schroeder Ribeiro)

Arte Egípcia



Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.

A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas.
Suas características gerais são:

* ausência de três dimensões;

* ignorância da profundidade;

* colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo;

* Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.

Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Um exemplo são os próprios hieróglifos que eram transcritos.

A mumificação era uma tradição do povo egípcio. Neste processo eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso de pedra chamado Canopo. Nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes. As incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potássio. Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.

Joseane Colombo Vargas, Thaís Rodrigues, Cleber Koch

Arte Egípcia








A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do antigo Egito localizada no vale do Rio Nilo no Norte da África.

A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo.

Arte Egípcia


























Decoração mural: Nefertari, esposa de Ramsés II (1279-1212 a.C), está aqui reproduzida com um abutre sobre a cabeça, sentada jogando senet contra um adversário invisível. Encontrada em Tebas, Vale das Rainhas, tumba de Nefertari, e hoje no Museu do Egito, no Cairo.



(Coleção Folha - Grandes Museus do Mundo - Museu Egípcio, p. 13)

Arte Egípcia: Arquitetura

As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas. Foram construídas por importantes reis do Antigo Império. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.

As características gerais da arquitetura egípcia são:
* solidez e durabilidade;
* sentimento de eternidade;
* aspecto misterioso e impenetrável.





















As pirâmides eram feitas com pedras que pesavam cerca de 20 toneladas e mediam 10 metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences.
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Que são divididos em três categorias:
*Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó;
*Mastaba - túmulo para a nobreza;
*Hipogeu - túmulo destinado ao povo.
Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.
As esfinges, monumentos que eram colocados na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos, tinham a forma de um corpo de um leão representando a força e a cabeça de um humano, representando a sabedoria.

Pintura egípcia


Arte cretense





Damas de azul, 1500 a.C., afresco, Museu Arqueológico, Herakleion (Creta)

Arte Egípcia