06 novembro, 2009

Dédalo e Ícaro




Conta a história que Dédalo era o melhor e o mais conhecido dos artesãos e inventores da antiga Grécia. Quem quisesse algo engenhoso vinha primeiro à sua oficina em Atenas. Dédalo tinha um sobrinho, Talos, filho da sua irmã, Policasta. Talos tornou-se seu aprendiz, apenas com 12 anos, mas já mostrava saber mais que o mestre! Foi Talos quem inventou o primeiro serrote, a roda do oleiro e imaginou o primeiro par de compassos. A reputação de Talos espalhou-se de tal forma, que as pessoas começaram a trazer seus problemas mais complicados para Talos em vez de trazê-los ao mestre Dédalo. Cheio de ciúmes, Dédalo atraiu o garoto até o topo do templo de Atena empurrando-o para a morte. A mãe de Talos, Policasta, suicidou-se de tristeza, e Dédalo, juntamente com seu filho, Ícaro – uma criança vaidosa que não tinha a inteligência do primo – foram banidos da cidade de Atenas. Dédalo e Ícaro refugiam-se na ilha de Creta, onde Dédalo colocou sua habilidade e esperteza ao serviço do rei Minos. Mas perdeu a proteção do rei, quando Teseu matou o Minotauro e conseguiu escapar do Labirinto criado por Dédalo que, supostamente, era à prova de fuga. Furioso, o rei Minos mandou prender Dédalo e Ícaro. Enquanto Ícaro passava os dias a tratar, a cuidar de si, pois era muito vaidoso, Dédalo planejava como fugir de Creta. Era longe demais para nadar até a próxima ilha, e era igualmente impossível conseguir um bote devido à vigilância da armada do rei Minos. Finalmente, Dédalo concebeu um plano audacioso. Ele construiu dois pares de asas, tecendo as penas que caiam das aves que ali passavam e juntou-as com cera de abelhas.


Quando as asas estavam prontas, levou Ícaro para um canto. "Põe isto e segue-me", disse, - “mas cuidado para não voares demasiado perto do sol, ou perto demais do mar. Mantém um rumo entre os dois. Com estas asas, vamos sair daqui.” Os dois atiraram-se de um rochedo alto e voaram em direção ao horizonte. Durante muito tempo Ícaro seguiu o seu pai, mas, como era jovem e despreocupado, e estava a desfrutar do vento, começou a subir em direção ao céu, sentindo-se livre como um pássaro. Quando Dédalo olhou ao redor e não o viu, pôs-se a chamar "Ícaro! Ícaro!", ansioso. Mas não obteve resposta.

Contudo, no mar, lá embaixo, apenas um punhado de penas flutuavam nas ondas, marcando o local onde Ícaro caíra, pois o rapaz tinha voado perto demais do sol, e a cera que unia as asas derreteu-se como manteiga. A lenda diz que, quando Ícaro caiu no mar e morreu afogado, as penas de suas asas formaram um conjunto de ilhas, denominadas Icárias, próximas à Sicília. Foi no solo dessa região que Dédalo enterrou seu filho. Depois de sepultar o filho na Sicília, Dédalo recebeu do rei de Cócalo outro convite para servir ao Estado: aceitou. Não tinha mais forças para fugir, pois o naufrágio de Ícaro enchera sua alma de desalento e cansaço. Antes de morrer, ainda uma vez a imaginação do artista superou a angústia do homem, e Dédalo fundou uma escola de arquitetura.
É possível que Dédalo e Ícaro tenham realmente existido na Atenas da Antiguidade, com as funções que o mito lhes atribui. Mas o que ficou da lenda foi uma eterna lição de liberdade e criação artística.


2 comentários:

  1. Dizem que Icaro representa o desejo do homem de atingir os astros. E como qualquer homem é frustado, a queda ao mar.

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  2. Gostei,essa historia me fez viajar.Tenho ca minhas duvidas,mas acreditei.Muito boa.

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