22 abril, 2010

O nome da rosa: Razão versus religião














Adaptação para o cinema do romance homônimo de Umberto Eco, O nome da rosa utiliza uma série de assassinatos em um monastério como pano de fundo para o debate sobre o humanismo e o misticismo no fim da era medieval.




A partir de uma trama apoiada no suspense e no mistério, O nome da rosa retrata temas tipicamente medievais, como o poder do clero - que monopolizava todo o conhecimento formal - e o conservadorismo de alguns de seus setores, em oposição ao pensamento escolástico, que procurava conciliar a fé e a razão.




Dirigido pelo cineasta francês Jean-Jacques Annaud, o filme é uma adaptação do romance homônimo do historiador italiano Umberto Eco a respeito de uma série de mortes em um monastério no século 14, que coloca um frei franciscano em rota de colisão com a alta cúpula da Igreja.

O personagem central, William de Baskerville (Sean Connery), assemelha-se a Sherlock Holmes, dado o uso que faz do método dedutivo para conduzir as investigações e tentar solucionar os crimes. Ao lado de seu "Dr. Watson" (o noviço vivido por Christian Slater), ele descobre que os assassinos por envenenamento ocorridos no monastério estão ligados à leitura de um livro considerado profano - Poética, do filósofo grego Aristóteles.





Em determinado momento o caminho do frei cruza com o do bispo Bernardo Gui, também envolvido na investigação. Este personagem foi inspirado em uma figura histórica real, um dos principais líderes da Inquisição, conhecido pelo rigor com que tratava os réus e por ter sido o autor de uma espécie de "manual do inquisidor".












O frei William de Baskerville (Sean Connery) encontra o bispo Bernardo Gui (F. Murray Abraham), personagem real que foi um dos líderes da Inquisição
O antagonismo entre William de Baskerville e Bernardo Gui representa o embate entre duas linhas de pensamento que marcaram a transição entre o período medieval e a Idade Moderna: o misticismo cristão e sua crença na redenção por meio da dor (os quais, levados ao extremo, conduziram à violenta caça à bruxas) contra o humanismo renascentista e a retomada dos ideais greco-romanos (geralmente associados aos avanços culturais e científicos da época).

Grande parte do mérito do longa é transpor para o cinema a complexa obra de Umberto Eco - que, além de respeitado medievalista, é considerado um dos mais célebres expoentes da semiótica (estudo dos signos).

Um comentário:

  1. O filme é muito interessante, o cenário os costumes, as crenças, ele transmite um ar sombrio e até mesmo assustador. É bem legal você ver , e poder comparar o estilo de roupas ,por exemplo,aqueles mantos, apenas uns panos, enrolados no corpo, com a época atual. O filme também retrata muito bem as crenças dos católicos em Deus, o que se torna estranho, por que na historia mostra uma crença muito forte em Deus, mas uma adoração com o diabo.

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